sábado, 25 de julho de 2009

Uma Carta de Admiração.



Eu o vejo desde que me conheço por gente. Ele tem de carreira mais ou menos o que eu tenho de idade. Durante algum tempo eu achava que ele tinha uns trejeitos que lembravam meu pai, embora eles não sejam nem um pouco parecidos fisicamente, e ainda que ele seja mais bonito que meu pai.

Já o vi fazendo vilanias, enforcando noivas, cabelo engomado, conquistando mocinhas com seus belos olhos azuis, cabelo espetado, fazendo galhofas... Mas o melhor mesmo foi vê-lo todos os dias depois do almoço. Ele usava toda aquela simpatia e charme pra se apresentar e se despedia com um gesto até hoje único na sua delicadeza. Disse um dia, há mais ou menos 10 anos atrás, uma frase que eu nunca esqueci: "Sonhos são como bolhas de sabão. Às vezes, corremos tanto atrás deles, que acabamos por afastá-los ainda mais. Mas se ficarmos quietinhos no nosso lugar, eles vêem até nós!"

E tudo que leva seu nome me interessa! Não se trata de tietagem, é muito maior, mais complexo (ou mais simples) do que isso. É admiração! E nada melhor do que admirar alguém! Alguém em quem posso me inspirar. Pegar cada momento da, ainda que leve relação, e guardar bem guardado num lugar onde não posso contar, mas que um dia vou usar pra também chegar longe. Bem longe! Talvez ao seu lado. Quem sabe...

Já vi, ouvi e li muita gente criticar seu trabalho. Mas pra mim ele é o artista-empreendedor mais completo que eu já vi ou já tive notícia. E o que é melhor: aqui, no Brasil, no Rio. Não é preciso ir muito longe pra encontrar um artista de tamanha grandeza. Ele escreve, atua, produz, traduz, canta, compõe, acompanha concursos de Miss pela net, tá sempre antenado no que está acontecendo pelo mundo afora, gosta de descobrir coisas novas no youtube e adora doces. E eu adoro ele. Adoro estar com ele. Ouvir suas histórias incríveis. Ouvir sua gargalhada sincera. Adoro acompanhar seu trabalho de pertinho, sendo testemunha ocular de seus insights. É uma fonte inacabável de idéias. É simplesmente divino poder ouvir da sua própria boca suas histórias e experiências de vida e de trabalho. Eu rio até doer a barriga, eu me emociono e tento disfarçar. Será que eu consigo? Ou será que está estampado na minha lata que ele é um ídolo pra mim?

Isso sem falar na generosidade. Generosidade em cena, fora dela, por todos os lados. Generosidade, paixão pelo trabalho, lealdade com sua lista inacabável de amigos e fãs, alegria... Exalando pelos poros!

Outro dia ele se queixou de cansaço, por todas as coisas que faz ao mesmo tempo, sem parar. E o que é melhor, sem negligenciar nenhuma delas! (Isso é uma opinião minha, mas no fundo ele sabe a veracidade disso). E enquanto ele tinha no rosto um olhar de cansaço eu só pensava silenciosamente: "Quero ser igual a você quando crescer!"

Até onde eu sei, ele começou devagarzinho. Como quem não quer nada. Como alguém que poderia ser mais um. E não foi. E não é. E nunca vai ser. Luz, talento, determinação. Impossível não admirar pessoas que carregam isso nos bolsos da calça.

Taí... Um dia me perguntaram que celebridade eu gostaria de ser e eu não soube responder. No alto do meu orgulho eu respondi: "A única celebridade que eu quero ser sou eu mesmo!", mas pensando bem, se eu pudesse escolher uma celebridade pra ser durante um dia, eu escolheria MIGUEL FALABELLA!

Afinal de contas, ele é quem é dos dois lados do oceano! Rs.

Uma salva de palmas, uma salva de beijos, uma salva de todas as expressões de admiração possíveis!

Pelo profissional. Pelo homem. Pelo coração.


sábado, 18 de julho de 2009

O Homem Não Pisou na Lua!!!

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E tenho dito!!!

domingo, 12 de julho de 2009

Grrrrrrrrrrrrrrrrrrr...


Quando eu tinha 14 anos e era só uma menina feia de óculos e aparelhos nos dentes, estudante da oitava série de um colégio público em Curitiba, eu descobri como podem ser chatos os meninos. Menino é chato! Menino só fala de futebol, arrota e diz palavrão. Meninos eram estranhos, eu não gostava de muita proximidade. Até paquerava um de vez em qd, mas sempre preferia ficar no platônico mesmo porque se o menino descobrisse que eu era afim dele ele ia rir da minha cara. Meninos definitivamente eram muito estranhos. Mas tinha um em especial por quem eu nutria uma raivinha incontrolável. Ele se chamava Fábio. Loiro de olhos azuis, uma napa no lugar do nariz, tinha o cabelo tão comprido quanto o meu, era Coxa Branca doente e me irritava mais do que qualquer coisa nesse mundo. Ele falava alto na sala de aula, se sentia o melhor do mundo só porque uma menina mais feia do que eu da nossa sala era declaradamente apaixonada por ele, zoava todo mundo, enfim, o próprio "piá de prédio"! A gente se declarou guerra! Um dia, estava eu no pátio do colégio com minhas amigas, distraída, quando aquele fedelho veio por trás de mim e puxou meus cabelos com toda a força do mundo e saiu correndo. Deixei passar porque eu não ia ficar correndo atrás daquele inútil. Mas na semana seguinte quando ele também estava no pátio, no recreio, eu tratei de devolver a agressão na mesma moeda. E assim se seguia nosso desamor. Até que um belo dia, numa sexta-feira, me lembro bem, na aula de Educação Física, o imprestável estava na quadra jogando futebol, que era só pra isso que aquele cérebro funcionava. Coladas com a grade da quadra, tinham três pilastras, onde hasteávamos as bandeiras do país, do estado e da cidade. Eu e minhas amigas gostávamos de nos apoiar em duas pilastras, escalar a grade e dar um mortal. Mas nossos cérebros também funcionavam muito bem pra outras coisas, essa era a grande diferença. Quando eu segurei na pilastra do meio percebi que ela estava solta, mas já era tarde demais! Ela lentamente começou a cair em direção à quadra. Foi tudo em slowmotion, me lembro bem. Quando me virei pra quadra quem estava bem no meio dela, sozinho? O inútil do Fábio. Aquele imbecil tinha que estar bem ali. Eu fiz um baita esforço de tentar conter a pilastra, mas foi em vão. A parada devia ter uns 3 metros de altura e caiu bem em cima do fdp. Bateu primeiro na cabeça, depois no ombro esquerdo e caiu no chão. Foi um choque geral. Eu odiava aquele peste mas juro que nunca tive a intenção de eliminá-lo. O garoto caiu no chão se contorcendo de dor e eu, completamente desesperada, não sabia o que fazer. Meu Deus, matei o piá. Era a última aula, a mamãe do imprestável veio buscá-lo pra levá-lo ao hospital pra tirar chapa. E eu com o c... na mão. Era sexta. Eu passei o fim de semana todo imaginando ele todo engessado, na cadeira de rodas, mudo e cego de um olho. Não tive sossego de tanta procupação. Segunda de manhã. Muito medo de ir pra escola. Vou, não tenho saída, pensei em inventar uma dor de barriga pra não ir mas não ia ter sucesso. Quando chego na sala tá lá o infeliz, inteirinho da silva. Pra meu alívio imediato e consequente indignição. Mas que cabeçudo! Vaso ruim não quebra mesmo! Devia ter derrubado duas pilastras ao invés de uma! Não preciso nem dizer que, a partir desse dia, nosso ódio mútuo aumentou consideravelmente! Continuamos a nos perseguir e nos sacanear mas agora de uma forma mais intensa. Garoto insuportável! Um dia, uma amiga da turma resolveu fazer uma festinha americana na garagem de casa. Meninos levam bebida e meninas levam comida. Bebida no caso era refrigerante e a comida se resumia a Fandangos de presunto. OK. Eu que nao frequentava muitas festinhas estava adorando! Mas putz, o criança do Fabio ta aí. Ninguém merece! E fizemos a coisa mais improvável que poderíamos ter feito, deixando todos muito chocados. Jogamos fandangos um no outro? Caímos na porrada? Nos matamos? Não. Pior. Muito pior. A gente ficou! Sim, nós ficamos! Vai entender. Nem eu entendi. Mas o fato é que a gente ficou. E não satisfeitos começamos a namorar. Não durou muito. 7 meses. Mas o suficiente pra eu nunca mais duvidar do que reza a lenda: Amor e ódio andam de mãos dadas.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Coluna da semana


NOTA 1O Para a mulher brasileira que tá cada vez mais linda, independente e batalhadora. Cuidam da beleza, da casa, do trabalho. É do supermercado pro trabalho, do trabalho pra pegar os filhos na escola, entre manicure e fogão, sempre correndo atrás do sucesso pessoal, profissional e social. E tudo isso sem perder o rebolado. Palmas pros cabelos cada vez mais bonitos, pras pernas cada vez mais torneadas, pra simpatia cada vez mais estampada e pras carreiras cada vez mais brilhantes. Viva a mulher brasileira! Sem exceção.

NOTA O Para o homem brasileiro que tá cada vez mais debochado, tarado e sem-noção. Não se pode mais ir à padaria da esquina sem que um Zé Mané diga obscenidades, perturbando a nossa paz. Eles perderam a noção de limites e desconhecem o semancol. Ainda não aprenderam códigos básicos, é preciso gritar "eu não vou ficar com você!!!!!!!" Amizade entre homem e mulher eles nunca ouviram falar. Tá dificil se aproximar de um homem pra pedir informação sem que ele já venha com quintas e sextas intenções. Também não adianta ser delicada, porque eles já perderam há muito tempo o respeito. Na balada nem se fala, é difícil descrever o que acontece com certos homens quando eles põem uma roupa bacana, entram num bar e bebem o primeiro drink. Cantadas decoradas, piadas sem-graça e puxões de cabelo. Corpos cada vez mais sarados e papos cada vez mais vazios. E viva a descrença no homem brasileiro! Com algumas exceções, claro.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Uma palavra.


Vou contar uma história.


Na academia onde eu malho trabalha uma moça muito gente fina, que tem um nome muito bonito "Tati". Não é zoação, ela é mesmo minha xará. Ela trabalha na faxina da academia e eu sempre gostei de bater papo com ela. Sempre sorridente, simpática. Unanimidade. Todo mundo gosta dela. Certo dia eu reparei que ela tava mais gordinha e ela, muito feliz, me disse "to grávida". Felicidade era a estampa da cara dela. Todos os dias, ou pelo menos nos dias em que eu ia (rs), ela me falava um pouco sobre aquela experiência. Mãe de primeira viagem. É um menino. O pai ta que não se aguenta de orgulho. E a barriga crescia. E ela sorria. E todos mimavam. E ela sorria. E os meses passavam. E ela sorria. Era óbvio que se tratava de uma família humilde, eu não sei onde ela mora, nunca perguntei. Só sei que uma nova família estava se formando. E ela sorria. Lá pelo 7º mês de gravidez ela sumiu. Soube que o bebê nascera prematuro. Dias depois Tati apareceu na academia. Não preciso nem dizer que ela sorria. Ela me disse que o bebê precisaria ficar umas semaninhas na encubadora pra ficar mais gordinho e mais fortinho. E eu a fiz prometer que assim que ele saísse do hospital ela iria trazê-lo pra vermos a sua carinha. Encontrei com ela mais uma vez e fui logo perguntando pelo menino. Ele ta engordando, to correndo pro hospital agora, não vejo a hora de levá-lo pra casa, ela dizia. Semanas se passaram e eu não a vi mais. Hoje, entrando na academia, eu a vi na recepção e mais uma vez fui logo perguntando, e o bebê? Dessa vez ela não sorriu. Olhou pra mim com os olhos mais vazios que eu já vi na minha vida e me disse uma única palavra que me acertou como uma paulada atrás dos joelhos. Faleceu.
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To me sentindo uma estúpida por não ter abraçado ela ali mesmo e não ter chorado com ela até que a dor passasse. Mas eu só consegui dizer meia dúzia de palavras cretinas das quais eu nem me lembro agora.

E me pergunto o dia inteiro:

O que move essa mulher? O que a faz se levantar da cama todos os dias, mesmo sabendo que seu anjinho não ta mais ali? O que não a deixa ir embora? Que poder a mantém lúcida? Que motivação ela encontrou pra continuar a seguir sua vida?
Motivação. Que motivação? Que motivação te faz abrir os olhos com a luz do dia e fechar quando chega a noite porque amanhã tem que abrir os olhos de novo? Que força lhe faz continuar vivendo mesmo quando parece que a vida já lhe levou um braço, uma perna e o fígado? O que não te deixa cruzar os braços? O que tem la na frente que te faz dar um passo e depois o outro? Por que você continua lúcido? Por quem você continua lúcido?

No que você acredita?

Eu também não sei. Mas me pergunto isso todos os dias.