Dia 20/07/2011 – 18h – Reunião no Projaquistão com a direção
da nova produção.
Dia 20/07/2011 – 16:30h – Saio da porcaria do escritório de produção
do evento de arquitetura e decoração onde, não sei porque raios, fui meter meu
narizão. Passo no Mega Matte compro uma água, 5 pães de queijo e uma salada de
frutas. Com o fone no ouvido me dirijo pra Delfim Moreira a fim de pegar o
famigerado 2113, ansiosa por sentar ao
lado da janela, fazer meu lanchinho e tirar um cochilo na deliciosa viagem que
teria pela frente até a Curicica que te pariu. Pééééééé. 2113 lotado!!!!!!! Sem
poder sentar e sendo patolada o tempo todo amarrei minha cara e decidi que era
hora de ficar aborrecida. Chegando na Bartolomeu Mitre - ali mais ou menos na
altura da Siqueira Campos - o trânsito resolveu dar uma impressionada e travou.
O relógio correndo e o mercado Zona Sul continuando na altura dos meus olhos. Inteligentemente
resolvi saltar (“soltar” segundo meia dúzia de analfas) do frescão, atravessei
a pista e entrei num taxi, cujo motorista era um monossilábico leão marinho. Tencionava
ir até a Barra e pegar outra condução pro Projaquistão. Erro! Ok. Até Louis Vuitton
comete erros. Degluti meu lanche. No caminho, trânsito. No túnel, trânsito - me
sinto um tatu, toda vez que pego trânsito no túnel. Mas chegando na Barra, pra
minha grata surpresa: trânsito! Tomei outra decisão. Perguntei ao leão marinho
quanto ele achava que daria a corrida até o destino final. Ele grunhiu algo
parecido com: não sei. Resolvi entubar o prejuízo e seguir, de olho no relógio.
Depois de muitos trânsitos me vi quase em São Paulo enquanto não chegava nem
perto da fantástica fábrica de Roberto Marinho, pois o Leôncio resolveu que o
caminho longo era mais perto. Aham. O taxímetro era praticamente uma caixa
registradora. Retirei minha carteira da bolsa e comecei a contar minhas
migalhas. R$ 53 era tudo o que tinha na minha vida. “Moço, quando bater os 53 o
senhor me desova em algum lugar. Hahahehehehhihihihohohoho” O Leôncio acende a
luz e diz: “então é aqui mesmo. Já deu 53”. Levanto lentamente meus olhos e me
deparo com mato do lado direito, mato do lado esquerdo e nenhum sinal de vida
humana. As pessoas são realmente muito solidárias, pensei antes de me aborrecer
pela enésima vez. “Segue!”, ordenei. Finalmente cheguei ao meu destino com 40
minutos de atraso, devendo R$10 pro sujeito. Pedi que me esperasse pois poderia
sacar dinheiro no caixa eletrônico dentro da cidade Plim Plim. Uma incompetência
qualquer fez com que eu ficasse plantada na portaria por alguns longos minutos até
liberarem minha entrada. Quando me virei, olhei pra rua, o táxi com uma anta do
lado de dentro havia desaparecido. Pensei “ok, desistiu dos R$10 e foi embora,
melhor pra mim, que já tô dura que nem pau de tarado e mais atrasada do que
Vera Fischer”. Peguei meu rumo e fui pro módulo azul claro. Uma amiga que
estava do lado de fora do módulo apontou pro relógio e disse que a reunião já
tinha acabado. Decidi chorar! “É mentira, é mentira! A reunião atrasou!”
tentava me consolar a coitadinha. Ok! Passou. Cheguei. Finalmente. Acendi um
cigarro. Coisa de meia hora depois o assistente de direção me chama dizendo que
tem uma ligação pra mim. Ligação??? O FDP do Leôncio fui azucrinar a
recepcionista e descobriu onde eu estava. My God. Por quê??? Peguei R$20
emprestados com um amigo, joguei minha bolsa no colo de outro e corri com todos
os meus bofes pra fora até a portaria 2. O leão marinho do apocalipse deu conta
de fazer um pequeno escândalo, querendo que eu saísse pra ver no taxímetro quanto
deu a corrida - sim ele deixou o taxímetro ligado - eu não podia sair porque
estava sem o crachá, que ficou na bolsa, R$20 não dava pra pagar, meu cartão também
ficou na bolsa, não podia voltar pra sacar dinheiro e voltar pra portaria, não
dispunha desse tempo, não podia fazer nada. Os seguranças vieram pra tentar
apagar o incêndio, uma alma boa foi até o taxi do inferno ver quanto tinha dado
o total. Hããããããããã... R$102. Uma bagatela. Com R$53 que eu já tinha dado mais
os R$20 na minha mão, ainda faltavam R$30. Eis que brota na minha frente uma
amiga de um ficante, cuja eu tinha visto apenas uma vez, as duas completamente
embriagadas no Baixo Gávea, gritei: “me empresta R$30”, ela sem entender nada,
enquanto falava ao telefone disse que ia sacar. Foi. A perdi de vista. Pedi ao segurança
que me emprestasse R$30 com a condição de que na volta eu lhe daria R$50. Ele foi
sacar dinheiro. Deixei o pobre coitado desenrolando com o Leôncio e corri
novamente ao módulo azul claro, onde cheguei descabelada e suada e sem ter onde
cair morta. A tempo pra reunião, que atrasou quase 2 horas. Ufa!!!!! Ainda bem
que Rio de Janeiro não é Londres!!!!