segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Aos que eu amei e aos que eu não amei ou O coxo amor.



Se apaixonar por alguém que não conhecemos ou não sabermos o porque estamos nos apaixonando é um lugar comum muito comum entre as pessoas comuns. Seria mais fácil nos apaixonarmos por fulano porque fulano faz o melhor risoto de aspargos do planeta ou porque ele consegue encostar o calcanhar direito no lóbulo da orelha esquerda. Mas não. Normalmente ele nada faz, ele nada diz, ele nem sequer pensa em algo conclusivo. E já ficamos de quatro. Assim. Justamente sem saber porque e nem pra que e nem onde isso vai dar. E lá vai a gente bancar o louco do tarô com nosso pezinho apontado pro abismo. Aí vem a frequência, os telefonemas diários, duas ou três vezes na semana na casa do outro, risadas, afinidades e pluft! De repente ele sai fora. Sem que você entenda a razão, a pessoa não mais te procura, não mais pode/quer manter aquela frequência. E o nó na nossa cabeça está feito. A pulga logo se instala atrás da nossa orelha e nos perguntamos e perguntamos aos amigos e perguntamos às paredes. O sujeito, ou a sujeita, nos procurava tanto, nos admirava tanto e até parecia que gostava da gente. Então, apenas uma conclusão justifica tudo isso. Obvio! Ele estava se envolvendo, não resistindo e, com paúra de se apaixonar resolveu cair fora. Vocês tiveram momentos incríveis, claro que se foi incrível pra você também foi incrível pra outra parte, e você fica impressionada como as pessoas são capazes de resistir à você, a uma paixão. 

Não! Não é absolutamente nada disso. Porque foi uma historia de amor pra você não necessariamente significa que foi uma historia de amor pra outra pessoa ou vice-versa. As pessoas não se envolvem com medo de se apaixonar, é bem mais simples: elas não se envolvem porque não querem, porque não se apaixonaram por você. O contrário também pode acontecer. Quantas historias foram apenas historias, nada mais que historias pra gente enquanto o lado de lá viveu um romance, se apaixonou e quis casar e ter filhos e então você pensou: quem é esse mesmo???

Já presenciei amigos ficando passados porque o caso não quis assumir compromisso. Já vi gente que se enganou dizendo que foi enganada. Já me vi blasfemando que fulano não sabe ser feliz porque não sabe se relacionar. Ledo engano. As pessoas tem o direito de decidirem se querem nos exclusivar assim como nós temos o mesmíssimo direito. E quando uma das partes se recusa, ainda assim está exercendo seu direito de fazer escolhas. E não! Ao contrario do que muita gente pensa, ninguém tem poder de escolha e decisão sobre ninguém. Ninguém muda ninguém e não cabe a ninguém tentar convencer alguém de que qualquer coisa. A gente aceita e se adapta às pessoas. E elas à nós. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém. Nem eu. Nem ele. Nem ela.

Qual é mesmo a probabilidade de você tropeçar em alguém com quem você tenha afinidades, amizade, diversão, tesão sexual, tesão intelectual, admiração, conforto, confiança e ainda assim estarem os dois, e ao mesmo tempo, dispostos e disponíveis a se exclusivar e viver de fato uma historia de amor?

Quase nula. 

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