quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aqui jaz um coração. Ou um cérebro.



Estranho seria se isso não fosse engraçado, curioso ou até duvidoso.

Todas as pessoas que eu conheço, inclusive essa que aqui vos escreve, delegam a uma pessoa o titulo de “grande amor da vida”. E, sem exceção, o tal grande amor é alguém cujo destino a levou pra longe do ser que ama. Ok. Preciso ser mais precisa. Preciso ser precisa. Apesar de amar não ser preciso. Navegar é que é. Mas aí estamos falando de precisão e não precisância. Ok. Preciso ser mais sucinta. E sem trocadilhos dessa vez. 

É claro que existem exceções à regra. Tipo Léo e Gláucia. Tipo Marcos e Gláucia. Merda! Por que meus pais não me deram o nome de Gláucia??? 

A maioria das pessoas, e dessa vez sem citar nomes, dizem que fulano/a foi o grande amor da vida, mas fulano/a não faz mais parte da vida dessas pessoas. Foi um amor que existiu, mas que por motivos de força maior não pode vingar. Um amor que durou tempo suficiente pra ser amor da vida, mas que não durou tempo suficiente pra continuar sendo. Por que damos importância tal a um amor que não vingou? Se era amor da vida não tinha que ser pra vida toda? Não tô falando em sentimentos dessa vez, e sim de vida real. Até onde venho percebendo, esse sentimento arrasador nada tem a ver com a vida prática. Mas e por que não? Existe algo de muito errado no reino dos mortais. 

O coração é um órgão vital. E só. Me lembro da minha professora de Ciências do secundário. Um dia ela desenhou um cérebro no quadro negro e disse que não deveríamos desenhar um coração pra expressar nossos sentimentos e sim um cérebro. Porque é nele que moram nossas perspectivas, é nele que moram nossos planos, é nele que moram nossas angústias. É racional. Ou pelo menos deveria ser. Então é mole. É só pensar em outra coisa, outra pessoa. E Eureca!!! Não. Não funciona. Então por que diabos nosso cérebro, ou coração, ou fígado, ou rim direito, ou mindinho do pé continua afirmando que nosso amor da vida é alguém  que não faz mais parte da nossa vida??? Será que é por que ele, o amor, não teve tempo de virar outra coisa antes que os corpos se separassem? Será que é por que ele, o amor, mora numa ínfima sensação de bem-estar? Será que é por que ela, minha professora de Ciências, era burra e estava errada e o cérebro nada tem a ver com essa palhaçada? Não sei. E muito provavelmente morrerei sem saber. Só sei que entra geração e sai geração e o coração continua não ADD nem o cérebro e nem a razão. E que ele, o amor, é burro, cego, surdo e tetraplégico.

Se Darwin detalhou com genialidade a Teoria da Evolução, é preciso, tanto de precisão quanto de precisância, que um novo gênio surja pra explicar a Teoria da Não Evolução do Coração. Teoricamente o grande amor da vida, tem que, necessariamente ser algo ou alguém que o destino não leve. Viver de nostalgia é bom pra donos de sebos e antiquários. A gente, seres ditos racionais, por obrigação ou merecimento, devemos delegar a importância de “da vida” a qualquer coisa real do dia-a-dia, e não pra fantasmas do passado. 

O grande amor da minha vida só pode ser eu mesma. Afinal sou eu quem aguenta minhas TPMs. Sou eu a única pessoa quem sabe de absolutamente tudo o que se passa comigo. Sou eu quem tomas decisões por mim. Sou eu quem sabe o que me faz feliz. Sou eu quem me leva aos céus, ou ao inferno. Ai, como meu amo!!!!

Fóóóóóóóóóóóóóóóó!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



5 comentários:

  1. Depois de um texto extremamente esclarecedor... só posso dizer que adorei. Existem mesmo coisas sem explicação.... adorei.
    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Coragem sua Tati, para escrever sobre algo que muita vezes se sente e não se descreve. Acho que os grandes amores da vida são os que estão conosco, e para isso, conclusão sua de grande "precisância" (adorei essa palavra, e Guimarães Rosa tb) o grande amor há de ser nós mesmos!

    ResponderExcluir
  3. Certa vez escrevi sobre a sensação de estar longe e afastado do meu grande amor...
    "Tem coisas na vida da gente que só vivenciando é que se pode mensurar o seu tamanho ou o seu grau de importância. Estou neste momento no bar em que nos conhecemos. Sentado à mesma mesa e tomando caipirinha de vodka com lima da pérsia. Confesso que nunca me senti tão estranho em toda a minha vida. Lembranças e emoções brotando aos borbotões. Lembranças boas e sentimentos ruins se atropelam e disputam espaço dentro de mim. Estranho! Como já te confessei certa vez sou um viciado em você. Esta dependência química vai acabar me matando."
    Será que teria domínio sobre isso? Beijos.

    ResponderExcluir
  4. também venho pensando sobre isso e o q tem me acontecido...um pouco machista mas real em alguns [des]encontros

    http://jarbasalbuquerque.blogspot.com/2010/12/um-homem-e-uma-mulher.html

    ResponderExcluir
  5. Só bajulação.... sem conteúdo algum! queria ver se fosse uma senhora senil a escrever se os comentários seriam os mesmos! Haaaaaaa duvido

    ResponderExcluir