Diz ela que me viu de amarelo e me achou linda. Pouco antes
de sumir por alguns anos. Voltou num carnaval. Claro, não podia ser num outro
momento senão num carnaval. A cidade em festa para recebê-la. E meu coração em
festa por re-conhecê-la. Passaram-se dias, semanas, meses, 1 ano. Mais um
carnaval chegou e junto com ele uma asa. Duas asas. A direita de proteção. A esquerda
de anjo. E uma porta. Que se abriu pra mim. E eu entrei. Timidamente, antes de
servir o primeiro drink. E já no segundo trocávamos confissões falando do
passado, do presente e do futuro. Mas muito mais do presente. Ela me contou
histórias sobre a realeza. Me deu de provar a certeza. E me mostrou a minha
beleza. Que eu não tinha. Não pra mim. Ela sabe bem de cozinha, mas por
enquanto eu tento afastá-la do liquidificador. Ela conhece o Frank. Ela canta. Agudo
como eu sonharia se ousasse. Ela já viu o mundo. Ouviu um mundo. Viveu vários mundos.
Dispensa a legenda. Pergunta pro Google. Conversa com a esposa do Tristão. E tristeza
pra ela vem disfarçada de mau-humor que logo vai embora. Faz festa por onde
passa. Então fica fácil entender porque o mundo a quer por perto. Uns diriam
que é por causa dos seus cabelos. Lindos. Que escorregam sobre os ombros. Outros
diriam que são os olhos que tem a mesma cor dos cabelos. Outros ainda pensariam
que é o sorriso que combina com os olhos, que, por sua vez, combinam com os
cabelos. Eu diria que é dedo mindinho do pé. Do pé esquerdo. Ele combina com o
sorriso. E assim nada falta. Outro dia ela me pediu que a acordasse tal hora. Não
pude deixar de reparar nos cílios que pareciam que dariam um nó em si mesmos. Eu
podia imaginar onde moram seus sonhos. Mas isso eu não conto nem pra ela. Desconheço
a razão, o motivo e o porquê. Só posso dizer que amor só pode ser o que é. Quando
bate a gente aceita. Não tem jeito. E amor só pode ser algo que só pode ser parecido
com isso que sinto por Maria. Minha amiga. Beloca Maria.
Privilégio ser tão amada por vc! Linda Tati!!!
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