E quando eu digo homens, não estou me referindo à espécie homo
sapiens. Estou me referindo ao gênero. Ao artigo definido O. Machos. Rapazes. Garotos.
Desde pequenos se esgueirando pelos cantos com fotos de
mulher pelada, na curiosidade de quem desconhece. Ou espiando debaixo da saia
das meninas, levando-as a um choro incontrolável. Sempre à frente das meninas
por conta da curiosidade. E sempre atropelando tudo por conta da insegurança.
E as meninas choram quando eles levantam suas saias porque
para elas não há porque esconder sua mágoa. Quando elas crescem continuam
chorando por causa das atitudes dos homens porque para elas continua não existindo
motivos pra esconder sua mágoa. Os meninos acham graça e até levam bronca dos
adultos, mas continuam achando graça. Quando crescem se magoam com as atitudes
femininas, mas ainda preferem achar graça. É mais fácil pra eles do que chorar.
Eles arriscam menos porque têm medo da possibilidade de se magoar um pouquinho.
Se as mulheres abrem o berreiro ao fim de um relacionamento e se os homens
riem, não quer dizer que elas sintam mais do que eles. Quer dizer apenas que
eles têm menos coragem do que elas. É preciso ser macho pra chorar, pra admitir
uma saudade, pra perder o medo do ridículo. E nesse quesito as mulheres são mais
machos que os homens. Elas choram, se descabelam, sendo honestas com sua dor e com
seus sentimentos. Eles ainda não aprenderam a chorar batendo no peito.
A verdade é que eles têm medo de falhar. Eles têm medo de
sentir vontade de ficar triste por um dia inteiro. Eles têm medo. Talvez um homem
seja mais capaz de se casar com a primeira moça bonita que lhe cruzar o caminho
do que com a mulher da vida dele. Porque pelo menos com a primeira ele não se sentirá
na obrigação de fazê-la feliz até que a morte os separe. Eles temem não fazer a
coisa certa. Algumas pessoas conseguem ser duras consigo mesma. Principalmente o
sexo forte. Afinal, essa força toda deve existir pra exatamente isso: ser duro
consigo mesmo.
Encostá-los na parede ou obrigá-los a fazer uma escolha não é
coisa boa. Eles não se sentem aptos a isso. Têm medo da escolha que possam
fazer. Se questionam até que as coisas simplesmente aconteçam e não seja mais necessário
decidir.
Você passa sua adolescência idolatrando aquele moço bonito e
achando que ele não tem olhos pra você. Anos mais tarde vocês terão uma
conversa à toa em que ele vai confessar a paixão que nutria por você. Paixão essa
que nunca veio acompanhada de coragem. Você vai terminar um relacionamento com
a certeza de que o amor dele por você é inexistente. Pra depois entender que o
amor nunca acabou. E sim a coragem que expirou. E assim muita coisa passa.
Quantas mulheres com mais de trinta que você conhece que
ainda mora com os pais? E quantos homens? Esses meninos são capazes de durar
uma vida debaixo da barra da saia da mãe. Enquanto as meninas experimentam usar
suas asas mais cedo. E com mais frequência.
E os homens fazem muito bem o papel de bobo quando estão perto
de uma mulher interessante. Metem os pés pelas mãos. Falam bobagens. Fazem tudo
errado. E às vezes conseguem estragar tudo. Por pura falta de segurança. Não sabem
se põem a mão no bolso ou se cruzam os braços. Se devem falar ou ouvir. Como agir.
E chega a nossa hora de também achar graça. E às vezes até perder a paciência.
Porque os homens são sempre garotos.
Nós mulheres somos apaixonadas por vocês, garotos, mas ainda
esperamos de vocês um pouco mais de coragem.
Ehhhhhh!
ResponderExcluirPonto pras meninas...
Talvez isso prove o contrário:
ResponderExcluirDe um blog escrito por um homem: www.bar-bukowski.blogspot.com
Beijos,
T.
;)
ResponderExcluirGostei do texto, apesar de não concordar com algumas partes. Homens que ficam 'eternamente' debaixo da saia mãe? Você pegou numa amostra para avaliar um geral. Eu saí bem cedo e sem medo.
ResponderExcluirHá muita coisa boa para descobrir no Mundo.
Mas confesso que todos os dias me lembro da minha mãe, pois ela é a minha mãe e como tal merece a saudade deste filho e, também por ser uma das mulheres que mais Amo.
De resto, belo texto.
E gosto do pormenor: 'Vomitado por Pasquali às 18:02' - este texto foi difícil de digerir, foi? :)
Boa sorte!