sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A vida é a arte do encontro...




A Terra gira e faz tudo aqui voltar pro mesmo lugar.
Quando alguém tem a nítida sensação de te conhecer de algum lugar. Você dá algumas opções possíveis.
- Trabalho. Festas. - Não. E não. Tenho certeza que não. - Então não sei. Desculpa minha memória fotográfica, ela não é das melhores. Além do mais, eu sou míope.
E você não liga. Mas quando ele te dá uma carona até em casa, como numa fita rebobinada vocês viajam no tempo. 4 anos atrás.
- É isso! Eu já vim na sua casa! Uma festa. Com Fulano.
Alguns segundos depois.
Você lembra. Mas a sua lembrança não tem movimento. É uma foto. Aquele rosto. Sua sala como pano de fundo.
- Era você. Sem dúvida. Que louco isso! Você precisou me trazer até aqui pra lembrar. E eu precisei que você se lembrasse porque me trouxe aqui pra eu poder também lembrar. Mas lembro. Lembro de ouvir seu nome.


O Sol gira e faz tudo aqui mudar de lugar.
Quando vocês se cruzam na rua. Dia sim. Dia não. Você conhece aquele rosto. Aquele rosto te conhece. Três dias sim depois vocês resolvem parar. E falar.
- Sim, Curitiba. - Faz tempo! Faz muito tempo. - Você não mudou nada. - Você melhorou muito!
E trocam telefones. Muitos dias não depois você liga pra aquele número. Por engano. Um nome tão comum. E se re-reencontram. Só pela voz. Muitos meses não depois você começa a tropeçar  nele direto. Amigos em comum. Cidade em comum. Arte em comum. 
- Nós nos beijamos. Tem quase uma década.
- Impossível. Eu me lembraria.
Não lembrou. Afinal, faz muito tempo. 


Alguns registros ficam pra uns. Nem tanto pra outros. Ás vezes um detalhe. Na maioria dos ás vezes, uma imagem congelada. Ou uma voz.


E daqui a pouco alguém passa. Outro repassa. Pode ser que fique por um tempo. Talvez muito. Talvez tão pouco. E pode ser que daqui a pouco vocês tropecem. E mais um pouco de daqui a pouco vocês retropecem. Aqui. Em outro estado. Em outro país. Ou continente. Na outra extremidade do planeta. Eu tenho vontade de ir ao Japão. Mas não sei se aguentaria ficar muito tempo de ponta-cabeça.








... Embora haja tanto desencontro pela vida!

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