quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O melhor remédio.




Já pensei na pílula da beleza. Um comprimido por dia que faria com que seus cabelos fossem os mais sedosos do mundo, sua pele um pêssego, sua barriga tanquinho e sua bunda durinha, sem nenhum esforço.

Já me ocorreu um medalhão do tempo, que pudéssemos voltar em alguns momentos de nossas vidas a fim de consertar alguns erros ou de viver um replay dos melhores momentos.

Chá de sumiço.
Biscoito da sorte.
Bola de cristal.
Pó de Pirlimpimpim.

Mas só posso pensar que a grande e mais incrível invenção de todas, que viria para revolucionar o mundo,  chocar, impressionar e mudar pra sempre a vida da raça humana seria... tchanananammmmm... a  incrível infusão antidordeamor.

Mas não como a de Puck, personagem de Shakespeare, que fazia com que a pessoa se apaixonasse pela primeira que visse ao acordar, já sabemos que essa causa muita confusão. A infusão antidordeamor lhe proporcionará tranquilidade, bem-estar e harmonia. Ela permitirá que você goste apenas de quem lhe gosta, queira estar apenas com quem lhe for recíproco. E quando esse alguém não quiser mais estar com você, com apenas um gole da infusão antidordeamor, você também não estará mais disposto a tal companhia. E então, você conhecerá outra pessoa, e, juntos vocês decidirão se apaixonar mutuamente e tomarão a infusão. Eureca! Simples. Será o fim da dor de cotovelo e dos porres acompanhados do elefante que insiste em sambar na sua cabeça no dia seguinte. Não precisaremos mais sair por aí beijando o primeiro que aparece na frente, numa atitude desesperada por esquecimento, poderemos ver as antigas fotos sem nenhuma dor no coração e, principalmente, poderemos olhar pra tal pessoa como mais uma na multidão. Será o fim das atitudes passionais extremadas e ciúmes será artigo de prateleira de antiquário.

Não seria incrível?!?!?!?!?!

(...)

Também será o fim das canções de amor, da poesia, dos filmes mamão com açúcar. A palavra saudades perderá o sentido. Amor à primeira vista nunca ninguém mais ouvirá falar. O inesperado não será mais inesperado. O futuro não será mais impressionável. E a delícia de não saber o que virá no dia seguinte, nos papos na cama antes de se levantar pela manhã, os cafés da manhã juntos, vendo o dia começar, o dia passar, o sol se por e a noite cair, as pequenas delícias da vida rotineira, do convívio, dos risos bobos, das surpresas, do espontâneo, do íntimo, do lúdico, dos olhares de peixe-morto, das declarações, da pele, do cheiro da respiração... tudo, absolutamente tudo perderá a graça...

(...)

Nada é perfeito!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Arte entrando.




Sabe. Eu gosto muito de escrever. Mesmo que me passe pela cabeça que ninguém, absolutamente ninguém, esteja lendo essas linhas. Ainda assim, eu gosto muito de escrever. Acho, inclusive, que o ato de escrever é um ato, por si só, solitário. Mesmo que você tenha colaboradores, como num roteiro de novela, ainda assim é solitário. É íntimo. É mais solitário que bater punheta. Porque na punheta você sempre está acompanhado. Na imaginação. Escrever não. Mesmo que você escreva sobre alguém ou pra alguém. É o seu, único e intransferível, ponto de vista. Só seu. Talvez um dia eu escreva um livro. Ou outra peça de teatro. Ou um roteiro de filme. Talvez um dia eu também plante uma árvore. Talvez um dia eu também faça um filho. Se bem que pra esse último eu não poderei estar só.
Mas hoje eu quero falar sobre o imaculado estado de espírito do 'ser artista'. Eu digo estado de espírito porque não precisa ser necessariamente uma profissão.
Quero falar da maravilha do reconhecimento desse estado. É muito incrível ser aplaudido de pé quando o pano cai. Mais ainda. É muito incrível ser aplaudido em cena aberta. É esplêndido ser chamada pelo nome do personagem que você vive quando alguém lhe reconhece. Mesmo que por poucas pessoas. É indescritível ver uma platéia toda vir abaixo com uma piada sua. É maravilhoso encontrar pessoas anos-luz depois de um trabalho seu e ainda ser parabenizada por ele. É genial permanecer no consciente do público. Mesmo que pequeno. É delicioso ser chamada pra trabalhar pelas mesmas pessoas com quem você fez o último trabalho porque gostaram muito de você. É sensacional fazer o que você gosta. Falo isso por mim.

(...)

Não deixo de imaginar como seria ser autora de um livro e vê-lo virando um best seller. Ser artista plástica e ver um quadro seu no Louvre (mesmo que depois de morta, como de praxe). Ser um palhaço de rua e ser contratado pelo Cirque de Soleil.

(...)

Mas o melhor pra mim ainda é imaginar a sensacional viagem que é ser cantor. Imagine-se cantando pra uma multidão e ver essa mesma multidão gritando decor a letra da música que você fez. Imagine-se cantando pra milhões de cabeças que pulam e deliram com suas canções. A música tem realmente um alcance que nenhuma outra arte um dia teve ou terá. Todos ouvem. E, principalmente, todos, sem exceção, todos tem acesso. O que não acontece com a maioria das outras formas de arte. Então imagine-se num palco sobre um mar de gente. Todo o tipo de gente. De todos os lugares, bairros, becos, classes, idades. Todos cantando a sua música. Eu, certamente, entraria em transe. Esqueceria que eu posso parecer esquisita pulando igual pipoca, ou que eu poderia cair do palco, ou que provavelmente, jeitosinha que só eu, eu poderia dar com o microfone nos dentes. Esqueceria que eu poderia fazer xixi nas calças ou embaraçar demais os cabelos. Eu esqueceria até que eu desafino às vezes. E eu cantaria pra 1 milhão de pessoas, que, por sua vez, cantariam minhas músicas. Todos os dias, se necessário. Não deve haver no mundo sensação igual. Esse é meu sonho impossível. Ser compositora-cantora. E viajar o Brasil e depois o mundo. Vendo milhares e milhares de pessoas cantando comigo as minhas músicas. No meu ritmo. No meu tom. Do meu jeito. Foda, né?!

(...)

Adorei ver o Eagle Eye Cherry ontem. O vocalista nos seus movimentos tão pequenos e simplistas consegue preencher o palco de uma tal maneira que foi emocionante ver e ouvir.
A Maria Gadú é uma marrenta. Pena que não posso imitá-la aqui. Rs.

(...)

Justificando meu título.
Toda vez que eu ganho um hematoma ou uma bolha na mão com minhas aulas de acrobacia aérea ouço meu professor dizendo: 'É a arte entrando!' Que venham muitas artes então. Aliás, os ensaios pro abre-alas do Salgueiro estão me deixando destruída. Se eu tusso dói o abdômem, se eu agaixo dói as pernas. Coçar a cabeça dói o sovaco. Porra! Que sacrifício. Vou pedir pra sair...

(...)

Tô com medo que resolvam cortar meu cabelo pro próximo trabalho. Lá se vai meu Projeto-Verão-2010.

(...)

Mommyyyyyy. Eu sei que você lê assiduamente meu blog. Desculpe pela palavra 'punheta'. Rs.

(...)

Afe... Gosto tanto de escrever que virei uma tagarela!

(...)

Beijomeligaoudeixarecadoquetocarente.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ele & Ela

Eles se falam ao telefone. Já nem lembram mais quem ligou pra quem. Depois de duas ou três resistências, um ou dois telefonemas pra desmarcar um compromisso, ele chega. De capacete na mão e cara de cachorro que caiu da mudança. 2 beijos no rosto. Limpa os pés. Calor, né?! Demais. Depois de tanto tempo sem se verem fica no ar um desconforto estranhamente confortável. Engraçado. Trocam meia dúzia de palavras. Um beijo. Histórias recentes e histórias antigas, que merecem ser lembradas. Quanto tempo! Um cigarro. Uma música interessante. E pronto. Nada mais precisa ser relatado. Nem os atos. E, muito menos, as falas. Na verdade, o que importa saber desses dois é o que eles pensam antes, durante e depois. E aqui vai um diálogo de pensamentos. Que, obviamente, nunca foi trocado. Apenas deduzido.

Ele - Impressionante o poder feminino. A gente ladra, ladra, mas no fim a decisão é sempre delas.

Ela - Impressionante o sexo masculino. É só estalar os dedos e eles veem correndo!

Ele - Nossa! Ela tá bonita, mais feliz. Parece bem resolvida!

Ela - Hum... Ele voltou a malhar!

Ele - Será que fica mal se eu tirar a camisa? Ta um calor da porra.

Ela - Ataco agora ou dou uma de boa moça e pergunto se a mãe vai bem?

Ele - Minha namorada me mata se souber!

Ela - Ai. Rolou uma preguicinha. Mas já que estamos aqui...

Ele - Hum... Maneiro!

Ela - Hum... Maneiro!

Ele - Ai, meu Deus, tô ficando nervoso. E agora? Pra mulher é bem mais fácil, é só relaxar. Já o homem...

Ela - Tá. Nas preliminares tudo lindo, melhor do que nunca. Mas agora vamos ao que interessa! Ai, não. De novo não!

Ele - Uhuuu! Ta tinindo!!!

Ela - Ai. Tinha me esquecido que era bom assim. Devia procurá-lo mais vezes.

Ele - Cara. Acho que vou terminar com minha minaaaaaaa!

Ela - Uuuuuuuhhh...

Ele - Belo ângulo!

Ela - Hum. Ele olha nos olhos! O que será que isso quer dizer? Vou me apaixonar? Ele vai se apaixonar? Vamos protagonizar uma história?

Ele - Que sede! Que calor!

Ela - Os vizinhos. Ah! Fodam-se os vizinhos!

Ele - Porra!!! Essa merda de borracha tá atrapalhando minha performance.

Ela - O que mesmo eu tenho pra fazer amanhã de manhã? Ah sim... Malhar! Dia de glúteo.

Ele - Adoro velocidade!

Ela - Ai, meu Deus. A grande vantagem do macho é que ele tem o poder de finalizar o ato. Faço mais uns barulhos pra tentar agilizar ou peço um tempo pra água?

Tempo pra água.

Ela - Ufa!

Ele - Ufa! Mais, mais, mais...

Ela - Ai, queria tomar um banho dessa chuva... Canserinhaaaaa...

Ele a abraça. Faz carinho. Beijo. Carinho. Abraço. Beijo. Calor.

Ela - Ai, preciso comprar um ar condicionado.

Ele - Meu reino por um banho. Mas se eu sair e tiver alguém aqui que me conhece, conhece minha namorada, meu Deus, tô frito!

Ela - Leave me alooone!

Eles se despedem. Ele pega o capacete. Algumas promessas de em breve se encontrarem novamente. Ele vai.

Ele - Tenho que correr pra alcançar meus amigos no boteco e contar os detalhes.

Ela - De que cor eu pinto as unhas?





Os fatos e personagens relatados aqui são fictícios, qualquer semelhança com a vida real será mera coincidência.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

T.

Menina do cabelo branco loiro
Não chore nessa altura, não borre seu rosto
Eu sei, é chato brincar de ser adulto
Mas não esqueça de consertar o retrovisor direito

Menina do olho mel cor de areia
Tire seu nariz daonde lhe dá alegria
Bagunce o penteado e arrume seu camarim
Mantenha os olhos abertos durante o dia

Menina da tatuagem lilás em flor
Não brigue com quem você já apagou o nome
Uma taça descartável de champagne
Uma frase repetida e você vai se ver melhor

Menina da saia preta curta alta
Se eu fosse só na vida te traria os dois
Te emprestava o que adivinho lhe faz falta
Te tomava o vazio do bolso, da alma e da sala

Menina de sete letras com três As
Espere eu acabar de falar pra começar a chorar
Não tente acelerar o tempo do tempo
Acabou nossa hora, já podemos andar sobre o mar


 

 



quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

AOS AMADOS.




Dando uma fuçadinha no meu esquecido fotolog (fotolog.com.br/tatipasquali) me dei conta de quantos momentos lindos eu já vivi nessa vida. Quanta gente importante, umas mais outras menos, já passaram pela minha vida. Umas ficaram. Outras nem tanto. Mas independente de qualquer coisa, hoje me sinto muito feliz. Porque, graças à alguma coisa, que eu ainda não sei o que é, eu sempre atraio pessoas especiais.
Minha casa tá ficando vazia. Meus amigos estão voltando pras suas vidas. E eu termino esse clima de férias com aquela dorzinha na barriga, de quem nunca, em toda sua vida, nunca riu tanto, nunca se divertiu tanto. Nunca amou tanto as pessoas à sua volta. E se meu ano começou assim, imagine o que vem por aí.
Também aprendi que não posso sentir raiva de pessoas que eu não conheço.
E que eu sou muito amada!!!
Eu vejo todo mundo escrevendo em seus blogs, faces e afins que "2010 será O ano". Isso eu não sei. Mas começou muito bem e tende a ser cada vez melhor.
Trabalhos pintando. A partir de amanhã ralarei feito cadela na produção do Fashion Rio, portanto me esqueçam pelos próximos dias. Semana que vem voltarei a ser babá de Norma Bengell, esse ícone do cinema brasileiro, que, muito inesperadamente, virou minha amiga. Em breve começam os ensaios pro Festival de Teatro de Curitiba.
E assim vai.
Ontem me veio uma catarse. Um desgaste físico acarretou um turbilhão de sentimentos. E eu me dei conta de que preciso parar de me cobrar tanto. Parar de cobrar minha felicidade pessoal. Profissional. Porque ela já está acontecendo. E enquanto eu fico me cobrando eu não a vejo.
Voltando ao fotolog. Copio aqui um texto. Um início de um projeto. Pra eu aprender que projetos não podem parar no meio do caminho. Eles tem que acontecer. E isso depende de mim. Só de mim. E assim há de ser.
Feliz recomeço pra mim e pra você. Porque quem lê minhas bobagens, de alguma forma também é especial pra mim.
Muito amor no coração.
A felicidade do mundo depende da felicidade de cada um.
(Vou parar por aqui pra não ficar muito melosa. Rs.)




THE LOVERS

Eles se reencontram por acaso na praia.
O – oi... você por aqui???
A – eu costumo vir essa praia, lembra???
O – é... eu também.
A – é verdade... tinha esquecido!
Silencio. Os dois começam a falar juntos.
O – ta sozinha?
A – ta sozinho?
Riem.
O – pois é... marquei com Fulano mas ele teve que socorrer a namorada num trabalho da faculdade.
A – saudade do Fulano. Diz que eu mando um beijo.
O – digo sim.
Silencio.
O – e você?
A – eu o q? ahn... decidi sair um pouco sozinha mesmo! To trabalhando numa musica nova. Pensei q talvez o ambiente inspirasse.
O – legal! Posso ver?
A – não! Desculpa mas...
Os dois – eu não gosto que leiam minhas musicas incompletas.
Riem.
A – na mosca.
O – ta bonita.
A – o que?
O – você.
A – o que tem eu?
O – você ta bonita!
A – ahn. Brigada! (pausa) bom... (meio que se despedindo) acho q vou ficar por ali. Ta mais tranqüilo.
O – por mim tudo bem! To bem afim de algo mais sossegado também.
Ela ri. Eles vãos juntos, ela estende a canga. Ele se senta com ela.
O – to sem grana pra cadeira.
Ela ri.
O – que foi?
A – tava com saudades de você.
O – pois é que coisa, não achei que fosse dar praia hoje. O tempo amanheceu tão esquisito.
Ela ri.
O – mas o que foi?
A – nada. Ah... eu vi seu ultimo comercial.
O – e ai? O que você achou???
A – muito maneiro.
O – que cara é essa?
A – nada. (ri)
O – fala! Eu conheço essa risada. Você não gostou? O que tem de errado? Muito canastrão?
A – não! É que você tava um pouco gordinho!
O – tava?
A – aham... rostinho redondo.
O – aaaahh... bem que me disseram que o vídeo engorda 4 quilos...
Eles vão jogando conversa fora, rindo. Passagem de tempo.
A – ta esfriando, acho que vou embora!
O – ta.... é... acho que também vou.
Eles se levantam meio sem saber o que dizer, se atrapalham um pouco na hora de guardar as coisas.
A – bom... então... a gente se fala.
O – a gente se fala.
Trocam beijos, se atrapalham de novo. Ela vai pra um lado e ele vai pra outro. Eles dão 3 passos e ele da a meia volta.
O – me esqueci que também to indo pra la.
A – ah sim.
O – acho que a gente pode pegar o mesmo ônibus ne?!
A – tudo bem!
Eles pegam o ônibus. Sentam um ao lado do outro. Um grande momento de silencio.
O – você ainda tem aquele dvd daquele filme que eu já tentei assistir 2 vezes com você mas acabei dormindo?
A – tenho sim!
O – então... será que eu podia passar na sua casa pra pegar? To doido pra ver o final.
A – pode sim. Vamos la.
Chegam na casa dela. Ele meio sem-graça na hora de entrar.
O – pintou a parede?
A – é... tava meio sem fazer nada. Sabe como eu sou, não consigo ficar parada.
O – ficou ótimo!
A – ficou ne?!?!
Silencio.
A – ah... o dvd. Perai que eu vou pegar. (ela traz o dvd) entao... outro dia eu tava pensando em ver de novo esse filme. Se você quiser a gente pode ver juntos. Eu só preciso tomar um banho antes.
O – boa... tem pipoca ai?
A – tem sim!
O – eu também tenho que tomar banho?
A – claro. Você ta pensando que vai se jogar na minha cama cheio de areia? (pausa) esqueci de dizer que eu mudei a tv pro quarto.
O – por mim tudo bem. (em tom conquistador) será que eu posso tomar banho com você? (quebra) como amigos!!!
A – claro, como amigos! Se você não falasse isso eu mesma ia dizer!
O – (...)
Eles entram no chuveiro.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Répi Niu ier.


Meu ano começou assim       
De calcinha amarela porque rica preciso ser
Fitinha vermelha na calcinha amarela porque paixão é bem-vinda sim
Camiseta marrom com dourado porque trabalho preciso ter
Saia branca porque sem paz nada disso é possível
Sandália dourada, com amarelo e marrom, o que dispensa explicações
Comendo lentilha e carne de porco com molho barbecue porque... porque tava uma delícia
Usando perfume francês e falando inglês
Porre de xiboca, xampanhe e xerveja
Pulando 7 ondas, mas sem fazer os pedidos, porque eu não sabia que tinha que fazer pedido
Jogando flor pra Iema, mas esquecendo do porquê
Vendo fogos, gente bonita e gente sem dente
Perdendo e achando pessoas
Vendo minha casa virando cenário de Albergue Espanhol
Rindo muito, rindo de novo e de novo
Ouvindo histórias da amiga que, quando criança, achava que Ano Novo era uma figura tipo Papai Noel
Sem sinal no celular, graças à Deus
Festinha no Arpex
E chega
Porque essa porra de 2010 já começou voando
Hoje já é o terceiro dia do ano e eu ainda não assinei um contrato megasuperhiperultramilionário
Preciso ligar pra Lily Marinho, inclusive pra reclamar que não tive direito ao peru do Roberto

Há Deus, ano velho!


(...)

Voltando de manhã pra casa depois da noitada de Reveilão e sem condições de pegar um taxi, porque os taxistas resolveram se achar a última bolacha do pacote e cobrar praticamente as nossas calças por uma corrida, resolvemos pegar um ônibus. Já na porta de tal automóvel, 1 segundo antes de colocar meu pezinho no degrau, dois garotos e uma vaca furaram a minha vez. Eu não reclamei, afinal eu preciso praticar o amor ao próximo. Um dos sujeitos vai vestir a camiseta antes de subir no ônibus e acaba por me dar uma porrada com o cotovelo na zigomática esquerda. Amor ao próximo tem limite: "Vem cá, além de furar fila você também costuma dar porrada nas pessoas? Bela educação". O garoto ainda tem a pachorra de responder: "Minha mãe não me deu educação!" E eu: "Posso perceber!" Eis que a vaca resolve se manifestar: "Carioca é assim merrrrrrmo, se não goxtou, volta pra sua cidadezinha!"
Que pena que algumas poucas pessoas conseguem arranhar a reputação de uma cidade inteira!!!
O que eu respondi à ela? Bom, você discute com gente ignorante? Eu não...