quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Arte entrando.




Sabe. Eu gosto muito de escrever. Mesmo que me passe pela cabeça que ninguém, absolutamente ninguém, esteja lendo essas linhas. Ainda assim, eu gosto muito de escrever. Acho, inclusive, que o ato de escrever é um ato, por si só, solitário. Mesmo que você tenha colaboradores, como num roteiro de novela, ainda assim é solitário. É íntimo. É mais solitário que bater punheta. Porque na punheta você sempre está acompanhado. Na imaginação. Escrever não. Mesmo que você escreva sobre alguém ou pra alguém. É o seu, único e intransferível, ponto de vista. Só seu. Talvez um dia eu escreva um livro. Ou outra peça de teatro. Ou um roteiro de filme. Talvez um dia eu também plante uma árvore. Talvez um dia eu também faça um filho. Se bem que pra esse último eu não poderei estar só.
Mas hoje eu quero falar sobre o imaculado estado de espírito do 'ser artista'. Eu digo estado de espírito porque não precisa ser necessariamente uma profissão.
Quero falar da maravilha do reconhecimento desse estado. É muito incrível ser aplaudido de pé quando o pano cai. Mais ainda. É muito incrível ser aplaudido em cena aberta. É esplêndido ser chamada pelo nome do personagem que você vive quando alguém lhe reconhece. Mesmo que por poucas pessoas. É indescritível ver uma platéia toda vir abaixo com uma piada sua. É maravilhoso encontrar pessoas anos-luz depois de um trabalho seu e ainda ser parabenizada por ele. É genial permanecer no consciente do público. Mesmo que pequeno. É delicioso ser chamada pra trabalhar pelas mesmas pessoas com quem você fez o último trabalho porque gostaram muito de você. É sensacional fazer o que você gosta. Falo isso por mim.

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Não deixo de imaginar como seria ser autora de um livro e vê-lo virando um best seller. Ser artista plástica e ver um quadro seu no Louvre (mesmo que depois de morta, como de praxe). Ser um palhaço de rua e ser contratado pelo Cirque de Soleil.

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Mas o melhor pra mim ainda é imaginar a sensacional viagem que é ser cantor. Imagine-se cantando pra uma multidão e ver essa mesma multidão gritando decor a letra da música que você fez. Imagine-se cantando pra milhões de cabeças que pulam e deliram com suas canções. A música tem realmente um alcance que nenhuma outra arte um dia teve ou terá. Todos ouvem. E, principalmente, todos, sem exceção, todos tem acesso. O que não acontece com a maioria das outras formas de arte. Então imagine-se num palco sobre um mar de gente. Todo o tipo de gente. De todos os lugares, bairros, becos, classes, idades. Todos cantando a sua música. Eu, certamente, entraria em transe. Esqueceria que eu posso parecer esquisita pulando igual pipoca, ou que eu poderia cair do palco, ou que provavelmente, jeitosinha que só eu, eu poderia dar com o microfone nos dentes. Esqueceria que eu poderia fazer xixi nas calças ou embaraçar demais os cabelos. Eu esqueceria até que eu desafino às vezes. E eu cantaria pra 1 milhão de pessoas, que, por sua vez, cantariam minhas músicas. Todos os dias, se necessário. Não deve haver no mundo sensação igual. Esse é meu sonho impossível. Ser compositora-cantora. E viajar o Brasil e depois o mundo. Vendo milhares e milhares de pessoas cantando comigo as minhas músicas. No meu ritmo. No meu tom. Do meu jeito. Foda, né?!

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Adorei ver o Eagle Eye Cherry ontem. O vocalista nos seus movimentos tão pequenos e simplistas consegue preencher o palco de uma tal maneira que foi emocionante ver e ouvir.
A Maria Gadú é uma marrenta. Pena que não posso imitá-la aqui. Rs.

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Justificando meu título.
Toda vez que eu ganho um hematoma ou uma bolha na mão com minhas aulas de acrobacia aérea ouço meu professor dizendo: 'É a arte entrando!' Que venham muitas artes então. Aliás, os ensaios pro abre-alas do Salgueiro estão me deixando destruída. Se eu tusso dói o abdômem, se eu agaixo dói as pernas. Coçar a cabeça dói o sovaco. Porra! Que sacrifício. Vou pedir pra sair...

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Tô com medo que resolvam cortar meu cabelo pro próximo trabalho. Lá se vai meu Projeto-Verão-2010.

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Mommyyyyyy. Eu sei que você lê assiduamente meu blog. Desculpe pela palavra 'punheta'. Rs.

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Afe... Gosto tanto de escrever que virei uma tagarela!

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Beijomeligaoudeixarecadoquetocarente.

3 comentários:

  1. Vc é FODA! Intensa!!! Ops...desculpe mãe da Tati...palavrão de novo...rsrs

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  2. Completamente traduzido pelas suas palavras, que engraçado isso, né? E olha que não tô te dando mole.... rsrsrs

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  3. amiga, o melhor e de ler é te imaginar falando...bj nêga

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