Ela anda largada às traças. Eu já gritei, mas ela insiste em não ouvir. Ficou surda. Voz então ela nem se lembra mais se era soprano ou cicrano. Os dois olhos negros ela pisca com força e faz bico. Dá de ombros pra minha impaciência. Bate o pé no chão feito criança. Consegue, por mais incrível que pareça, ser mais teimosa que a mim. Ela senta na minha frente, num canto qualquer, e me olha como se fôssemos duas entranhas. Quando eu tento puxar um assunto ela a mostra língua, sai correndo, pára, faz uma banana pra mim e morre de rir. Quando eu acho que ela vai dar o ar da graça ela boceja na minha cara e pega num sono profundo. Não quer saber de mim. Ela não gosta mais de mim. Mal sabe a tipa que dela preciso. Que minha sanidade mental e psicossomática dela dependem. Desaforada. Ah! Se eu vir por aí, rondando meu quarto e me provocando pra depois sair fugida pelo ladrão, eu a pego pelo braço, a coloco no colo e dou palmadas até ela pedir água e prometer que vai coloborar. Safada. Mas você vai voltar que eu bem sei. Mas vê se não fode meu pavil que de curto já quase explodiu. Até rimou. Viu? Ei? Ficou orgulhosa? Inspiração??? Por onde andará a porra da minha inspiração????
Amei!
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