quinta-feira, 22 de abril de 2010

Onde Nada é Meu.



Não tenho nada
Minha prece nunca chega ao fim
Eu caio no sono
Só tenho a estrada
O que ficou atrás de mim
E nada mais
Eu moro de favor
Meu dinheiro é uma piada
Não tenho emprego
Não sinto calor
Sinto pouco ou quase nada
Perdi minha fala
Agora conto os dias
Os que vem vazios
Sem nada nas mãos
Procuro vidas minhas
Ao meus amigos
Que são emprestados
Eu te amo é pra mim
E eu me calo
Não sou feita de fumaça
O gosto na boca é ruim
Não há verdade no que falo
A saudade não tem graça
Não há colo no mundo
Que impeça a água salgada
De escorrer até o queixo
Eu perdi tudo
O que não era meu ainda
Varri meus pensamentos
Estou de malas prontas
Voltando pro lugar
De onde nunca devia ter saido
Deixo pagas as contas
Mas sei que não devo voltar
Eu não vou me impedir
Cansei de me procurar
O que diz a verdade
Eu não quis ser achada
Meus braços não querem remar
Não revelo minha idade
Estou indo pra casa

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